09/12 Por: em Destaques Comentários

Professor morre e deixa manual de instruções para o velório: Uisque, alegria e Pink Floyd

“Bem, já que morri, vamos aos próximos passos”, começa escrevendo o professor de engenharia civil José Dias Ferreira Neto, de Jundiaí, interior de São Paulo, em uma carta deixada para a família e amigos sobre como gostaria que seu velório fosse realizado. O docente, de 68 anos, morreu na última quarta-feira (4) de pancreatite aguda.

Entre os pedidos que constam do “manual” estão uísque, música de Pink Floyd e Aerosmith, doação dos órgãos e cremação. “Durante meu velório quero, o tempo todo, música (abaixo a relação), uísque e alegria, para comemorar uma vida cheia dela”, diz trecho da carta.

O professor de engenharia civil José Dias Ferreira Neto, de Jundiaí, interior de São Paulo faleceu na última quarta feira, vítima de pancreatite aguda.

Procedimentos para meu Velório

Bem, já que eu morri, vamos aos próximos passos:

1° Assim que for constatado que eu parti desta pra melhor, retirar todos os órgãos e material biológico que possa servir para melhorar ou prolongar a vida de alguém;

2° Durante meu velório quero, o tempo todo, música (abaixo a relação), whisky e alegria, para comemorar uma vida cheia dela;

3° Antes do transporte para a cremação, quero que seja lido, o texto que ao final deste, está destacado e ao final da leitura, gostaria que todos cantassem a música “Canção da América” de Milton Nascimento, prestando muita atenção na sua letra;

4° As duas músicas que serão apresentadas durante o procedimento do “churrasqueamento” serão:

a) No início- WISH YOU WERE HERE – Pink Floyd

b) No encerramento- COMFORTABLY NUMB – Pink Floyd

Durante a execução das duas músicas, os presentes deverão ter em mãos a tradução de cada uma delas! (em anexo, pra não dar trabalho)

5° Finalizada a cremação, onde quero apenas minha família e amigos mais próximos (que também foram a minha família), as cinzas deverão ser entregues para Dª Cassia, que as lançará ao vento, para que voltem à Terra que as deu!!!!

De acordo com a família, a carta foi escrita há cerca de cinco anos, quando o professor ainda não estava doente. Como forma de homenagear Zé Dias, como o professor era conhecido, os familiares resolveram seguir as instruções deixadas pelo docente.

“Um dia ele escreveu essa carta e contou para nós da família. O documenta estava no computador pessoal dele e só tivemos acesso quando ele faleceu”, diz o filho Luis Rodrigo Pantano Dias Ferreira, 41. Ainda segundo o filho, o pedido não surpreendeu a família, já que o professor era conhecido por sua alegria e diversão.

As orientações de Zé Dias foram atendidas pelos familiares. Uma mesinha com copos e duas garrafas do uísque preferido do professor foi montada na sala de velório. Um pedestal com a carta que o professor escreveu também foi deixado no local para que os amigos lessem e pudessem entender o significado da bebida. Além disso, uma caixinha de som com as músicas citadas no “manual” também compôs o cenário.

“Tentamos seguir tudo à risca para que a vontade dele fosse feita nos mínimos detalhes. O único pedido que não foi atendido foi a doação dos órgãos, que não pôde ser feita porque a doença comprometeu o funcionamento deles”, explica o filho.

A carta traz ainda uma reflexão, que a pedido do professor foi lida em voz alta durante o momento de oração e na cremação.

“Quero que ao se lembrarem de mim, lembrem-se dos momentos felizes que dividimos, festas, churrascos, pizzadas, entre outras, tudo com muita alegria. A vida é muito curta e efêmera, devemos aproveitar cada momento, fazendo o bem, zelando pelas pessoas, ajudando a todos que nos procuram, a alegria de dar ajuda ao próximo é insubstituível”, escreveu.

PRESS F FOR PAY RESPECTS.

Via: UOL.