03/02 Por: em Destaques Comentários

Irmãos namorados lutam pelo direito de casarem e terem filhos

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José Francisco Waldmann Bueno tem 24 anos e sua namorada 27. Seu namoro não é aprovado pela família e é criticado por amigos. A rejeição ao namoro não advém do fato dele namorar uma mulher mais velha que ele, e sim pelo fato dela ser Ana Cecília Waldmann Bueno, sua irmã biológica. A relação que extraoficialmente existe há cinco anos agora busca na justiça o direito de união estável.

O relacionamento do casal se deu a partir do momento em que ambos passaram a dividir sozinhos a mesma residência. Filhos de empresários do comércio de pedras preciosas eles optaram em não acompanhar os pais na mudança para Angola. Os pais acreditaram que os filhos teriam melhores oportunidades educacionais no Brasil e respeitaram a desejo dos filhos de permanecerem morando no estado do Espírito Santo.

Desde de 2008 os irmãos dividem o mesmo apartamento em um bairro nobre de Vitória. Segundo José Francisco o relacionamento começou meio de brincadeira e aos poucos ambos foram percebendo que existia algo mais intenso do que eles próprios poderiam imaginar quando começaram a trocar selinhos. Para ele “tudo começou como forma de carinho. Não víamos nada demais em trocar selinhos. Até que um dia em que ambos estavam bêbados e nos beijamos de verdade”.

Ana Cecília lembra diz que neste dia “não levamos a sério o ocorrido. Tanto que depois rimos e ele me disse que eu beijava muito mal, e que deveria ser por isso que nenhum namorado ficava comigo mais de seis meses”. No entanto, após este dia os beijos passaram a fazer parte da rotina cotidiana dos irmãos. Segundo eles era um ato de carinho e “sem maldade”. Quando se despediam ou se reencontravam. Sempre em casa, nunca na rua expressavam este carinho.

Em 2010 perceberam definitivamente que o carinho não era apenas fraternal. Conversaram sobre os sentimentos e decidiram terminar os namoros em que estavam para se dedicar afetivamente um ao outro. Entre 2010 e 2014 o relacionamento era um segredo dos irmãos, até que decidiram contar para os pais. Além da desaprovação os pais cortaram a mesada que enviavam para ambos. Os poucos amigos que sabem também não aprovam mas toleram.

Em dezembro o casal entrou com uma ação na Justiça solicitando o reconhecimento da União Estável pois desejam ter filhos. Um estudo genético mostrou ao casal que o cruzamento endogâmico deles não apresenta nenhum risco a procriação. No Brasil o casamento entre irmãos é vetado pelo Código Civil baseado nos riscos biológicos de má formação que esta união poderia gerar em descendentes. Como o exame de rastreamento de anomalias genéticas comprova a inexistência deste risco o casal quer da Justiça brasileira o reconhecimento da União Estável.

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